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02/11/2019
Na era da informação, exigir o direito de saber o que comemos é necessário
Muito se mudou no horizonte da alimentação e da busca por informação, mas ainda não temos muito o que comemorar. Pelo contrário, percebemos, a cada dia, que a obesidade infantil está crescendo no mundo todo, e no Brasil não é diferente. Um dos fatores que comprovadamente contribui com este quadro é a falta de informações adequadas para o consumidor nas embalagens dos alimentos, alertando para a existência de nutrientes prejudiciais à saúde nos rótulos.
Para promover mudanças na rotulagem nutricional frontal de alimentos no País, está em andamento, desde o dia 23 de setembro, uma consulta pública aberta pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em que todos os consumidores podem opinar sobre qual o modelo de rotulagem mais adequado.
É comprovado cientificamente que o atual modelo de rótulos de alimentos é difícil de ler, tem forte apelo publicitário e não informa claramente o que o consumidor precisa saber para fazer uma escolha alimentar saudável. Nesse sentido, o modelo mais adequado é o proposto pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) no qual os nutrientes críticos em excesso são informados em triângulos, simbolizando a noção de advertência de forma mais clara para os consumidores.
A efetividade desse modelo para a escolha de alimentos mais saudáveis foi avaliada pelo instituto por meio de um estudo realizado em parceria com o Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo) e a UFPR (Universidade Federal do Paraná). Os resultados foram publicados em periódicos de saúde e apresentados à Anvisa como parte do processo de aprimoramento da rotulagem nutricional no Brasil.
Por meio de um estudo online realizado com 1.607 brasileiros e brasileiras, entre agosto e outubro de 2017, os participantes foram questionados sobre quais produtos apresentaram nutrientes acima do recomendado para uma alimentação saudável. O número de acertos foi de 75,7% para as embalagens com as advertências em formato de triângulo, enquanto apenas 35,4% responderam corretamente para as embalagens com o modelo de semáforo, proposto pela indústria de alimentos.
A sinalização com triângulos se contrapõe ao modelo proposto pela Anvisa, que defende a inclusão de uma lupa na parte da frente dos rótulos dos alimentos embalados alertando para o eventual excesso de açúcares adicionados, gorduras ou sódio. Além de não criar uma advertência ao consumidor, o Idec acredita que o modelo proposto pela agência pode confundi-lo.
Já o modelo de triângulos traz informações mais claras que permitem que o consumidor possa compreender o que irá consumir, além de apontar que, quanto mais elementos houver na embalagem, mais nutrientes críticos em excesso há no alimento.
O modelo de advertência já foi implementado com sucesso em diversos países, como Chile, Peru e Uruguai. Esse avanço em políticas públicas para promover a alimentação saudável nos países da América do Sul cresceu nos últimos anos, para tentar conter o crescimento dos índices da obesidade, do diabetes e do câncer que, entre outros fatores, têm origem no aumento do consumo de alimentos ultraprocessados.
Neste contexto, a busca por uma rotulagem adequada e que contribua para promover o acesso à informação é uma das principais estratégias para combater a existência de ambientes favoráveis ao desenvolvimento da obesidade.
(*) Teresa Liporace é Diretora Executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
Teresa Liporace (*)
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