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ARTIGOS

25/09/2019

A crise econômica do Brasil decorre da especulação financeira

Imagem/Divulgação
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Após mais de 35 anos de trabalho auditando, inclusive, órgãos públicos e após ter formação educacional com título de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis e Econômicas, fico indignado com o comportamento de governantes,  desinformando a maioria da população brasileira contribuinte de tributos, conscientes de que estão falando para cegos e, como diz o povão, “em terra de cego quem tem um olho é rei”. 
As matérias mais interessantes nas faculdades de Ciências Contábeis e Econômicas são as voltadas para os setores públicos. Através delas aprendemos a identificar os principais problemas envolvendo a arrecadação e aplicação de dinheiro público. Das três esferas públicas de governo (Municípios, Estados e União), a maioria avassaladora do recursos vai para a União. 
O incrível é que, objetivando proteger os banqueiros e outros especuladores financeiros, os governantes nos últimos 30 anos, pelo menos, têm afirmado que o problema do Brasil é o gasto com serviços públicos, como por exemplo, das áreas da saúde, educação, assistência e previdência social, o que não é verdade.
É uma armadilha muito perigosa pensar que a “corrupção” é o maior problema nos gastos públicos. O maior problema, de fato, é o gasto com o denominado “serviço da dívida pública”. Ele compreende os gastos com juros e encargos da dívida pública, algo em torno de 50% do montante. Tais recursos enriquecem cada vez mais os banqueiros e especuladores financeiros no Brasil e de outros países. 
Acessando o site oficial “Portal de Transparência”, apurei que no período de 01 de janeiro a 20 de setembro de 2019 o governo Bolsonaro gastou R$ 1.892.589.489.268,17 (um trilhão, oitocentos e noventa e dois bilhões, quinhentos e oitenta e nove milhões, quatrocentos e oitenta e nove mil, duzentos e sessenta e oito reais e dezessete centavos). Deste montante, destaco os gastos demonstrados - quadro cinza anexo.
Vejam que neste ano houve um gasto total no valor de R$ 163.126.470.280,65 (Duzentos e sessenta e três bilhões, cento e vinte e seis milhões, quatrocentos e setenta mil, duzentos e oitenta reais e sessenta e cinco centavos) com saúde e educação, contra gastos no valor de R$ 255.383.306.322,83 (Duzentos e cinquenta e cinco bilhões, trezentos e oitenta e três milhões, trezentos e seis mil, trezentos e vinte e dois reais e oitenta e três centavos), a título de   pagamentos de juros e encargos da dívida pública.
Se o governo federal estivesse realmente preocupado com a educação e saúde, de maneira alguma deveria concordar com o quadro acima, ou seja, deixando de gastar com setores importantes como saúde e educação para destinar recursos para banqueiros e especuladores financeiros. Penso que qualquer governo responsável deveria, imediatamente, suspender o pagamento da dívida pública, realizar uma auditoria pública e só pagar e assumir o que for realmente devido, pagando juros em percentuais adequados à realidade social e econômica do país.
Quando se propõe a suspensão do pagamento da dívida pública para uma auditoria é porque em decorrência das denúncias dos órgãos fiscalizadores, os endividamentos devem estar contaminados por falcatruas e corrupções e, portanto, não podem serem pagos, prejudicando os gastos com saúde, educação e outras despesas essenciais para a qualidade de vida dos brasileiros, principalmente para os mais pobres, vítimas da crise em decorrência da especulação financeira no Brasil.  
Sem equacionar o problema da dívida pública e dos juros decorrentes, com certeza o Brasil não conseguirá sair da crise que tem acarretado grandes preocupação econômicas e sociais.

(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br

WALTER MIRANDA (*)



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