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ARTIGOS

31/07/2019

A Cibernética, a Robótica e a Informática no Mercado de Trabalho

Por volta do ano de 1987 participei, pelo meu Sindicato, do Congresso Nacional da nossa Federação no município de Miguel Pereira/ES. Num dos painéis havia as apresentações de teses. Lembro-me de uma de autoria de um saudoso servidor público, já falecido, com o tema: “A Influência da Informática, Cibernética e Robótica no Mercado de Trabalho”. O autor era matemático e estudante de engenharia eletrônica na UNB-Universidade de Brasília, de sobrenome Crispin.
Enquanto ouvia a exposição da complexa tese, me lembrava da minha querida e saudosa professora de Matemática no curso Técnico de Contabilidade na OCEU, Lilian Ribeiro de Barros, nos ensinando Álgebra e Análise Combinatória. Foi com ela que aprendi que Análise Combinatória é um conjunto de procedimentos que possibilita a construção de grupos diferentes, formados por um número finito de elementos de um conjunto sob certas circunstâncias. Eu não entendia a utilidade daquelas aulas complexas para o meu futuro profissional. Só percebi a importância na graduação e mestrado. 
A tese do meu amigo Crispin foi apresentada numa época em que existiam pouquíssimos computadores no Brasil e a gente não sabia qual seria o futuro dessas máquinas de informática no mercado de trabalho. Em Miguel Pereira, pela primeira vez, ouvi o apresentador da tese falar em cibernética enquanto um ramo da Matemática e Física, se assemelhando ao estudo do cérebro humano e dos computadores, proporcionando ferramentas com as quais se pode descrever os comportamentos de todos os sistemas de informática. 
Completando a exposição da tese, o autor explicou a influência da informática e da cibernética nas alimentações dos robôs que viriam futuramente substituir os seres humanos no mercado de trabalho. Foi neste momento que fiquei muito preocupado, pois o autor premeditou, de maneira científica, tudo que está acontecendo atualmente.  
Estamos vendo atualmente a fabricação de máquinas complexas, informatizadas, muitas fabricadas em países tecnologicamente desenvolvidos, frutos de fortes investimentos em educação. Os trabalhadores não especializados estão rapidamente sendo substituídos por máquinas. Prevejo que, num futuro bem próximo, não mais se contratará trabalhadores mais velhos, mas apenas jovens tecnicamente especializados. 
A exposição do meu amigo Crispin, matemático e engenheiro, naquele Congresso em Miguel Pereira, nos deixou muito preocupados com as vantagens e desvantagens da robótica no mercado de trabalho. Naquele Congresso tiramos como proposta lutar pela redução da jornada de trabalho, visto que as máquinas substituiriam os seres humanos em todos os setores da economia.   
Como desvantagens, nos preocupamos com o desemprego e o aumento da desigualdade social, favorecendo quem tem recursos para adquirir e utilizar as máquinas. Os ricos ficariam mais ricos e os pobres mais pobres. Os países mais industrializados exerceriam um controle ainda maior sobre os países com menos tecnologia. 
O Brasil nunca investiu mais que 6% do PIB em Educação. O país há séculos não tem priorizado a educação. Conta com um grande contingente de analfabetos, de baixa escolaridade de níveis médio e superior. O doutor em Educação Gabriel Grabowski, com base no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), afirma que em torno de 46% da população (100 milhões de brasileiros) são analfabetos educacionais e funcionais.
Aí está a grande preocupação com a informática, cibernética e robótica provocando o desemprego e podendo levar os trabalhadores à favelização e ao recrutamento pelo crime organizado. 

(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br

WALTER MIRANDA (*)



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