19/07/2019

Civilização

Barragens se rompem. Muitas vidas são cessadas. Faltou planejamento pelo menos para os lugares onde pessoas poderiam morar ou se reunir?
Prédios caem. No Brasil, na Índia e em outros lugares que talvez não foram divulgados. Muitas vidas se vão. Casas de pau a pique nunca caíram e não usaram cimento.
O tempo de duração do dia parece não ser mais de 24 horas.
Passou do mesmo tempo quando espaços eram percorridos em lombos de animais.
O transporte aconteceu mesmo transportado em carroças e carros puxados por bois.
Talvez a tempo de vida do ser humano tivesse sido mais curto.
Mas viveu-se intensamente. Casamento só depois de noivado com a anuência dos pais. Não se batia em mulher. Muito menos se conhecia a palavra feminicídio. E muito menos a palavra traição.
Também não haveria o divórcio para estimular as separações.
Professores eram autoridades. Isto porque eram autoridades na competência de saber e ensinar.
Hoje o Diário Oficial do Estado de São Paulo traz semanalmente punições a Professores, Diretores de Escola e Funcionários de apoio com suspensão e demissões.
Ruas parecem hoje mais como antigas trilhas de animais selvagens.
Acho que o ser humano dentro de um veículo tem o seu cérebro comandado pelo motor do carro. Como o motor é uma peça construída por alguém inteligente, ele passa a determinar o tempo e a vida de quem dirige e de quem ainda age de forma coletiva, procurando uma convivência tipo humana.
Antes que o Padre fosse empurrado do altar a tecnologia parece que já tinha antecipado ao fato e já estava registrando nas redes sociais.
É tudo tão rápido que nas ruas o desespero é tão grande para chegar num espaço de poucos metros, que parece que o condutor do carro estava atrasado para o deitar no caixão de seu próprio velório. Estamos no tempo da antecipação.

(*) Vanir Cavicchioli é penapolense e ex Diretor das EE Marcos Trench e Augusto Pereira de Moraes, ex Supervisor de Ensino na DRE de Penápolis, ex Professor e ex Diretor da FFCL de Penápolis, ex Supervisor de Ensino na DER Lins. Escreve toda sexta-feira para o DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: vanir-cavicchioli@bol.com.br

Vanir Cavicchioli (*)