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ARTIGOS

26/06/2019

Seis meses de governo Bolsonaro, a crise continua!

O país, nos anos 2017 e 2018 (governo Michel Temer), sofreu uma das maiores recessões nos últimos anos de crise política e econômica. Esta crise continua após quase seis meses de governo Bolsonaro, e vem se agravando. O exército de reserva, definido por Karl Marx pelos desempregados produzidos pelo sistema capitalista principalmente em momentos de crise, vem aumentando. Pessoas desempregadas, sem remuneração ou com remunerações baixas não consomem, e o comércio em todo país não vende. Esta é a lógica do rei mercado.
Tenho percebido que o presidente Bolsonaro não está preocupado com esta conjuntura. Prefere, cada vez mais, responder com agressividade as críticas ao seu governo. Isso polariza cada vez mais a situação. Demitiu o ministro da Casa Civil, general Santos Cruz, outros dois militares e os presidentes da Funai e dos Correios. O primeiro para entregar as terras indígenas à sanha dos ruralistas despreocupados com a destruição da fauna e da flora e, consequentemente, do meio ambiente, aumentando a mais valia no setor agropecuário. A segunda demissão é para facilitar e acelerar a privatização dos Correios. 
Eu nunca tive um alinhamento ideológico com Joaquim Levy, mas entendo que a demissão dele da presidência do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) vai trazer consequências para a economia do país. Ele tem uma ótima formação. É doutor em economia, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade de Chicago e Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
Profissionalmente, Joaquim Levy tem um currículo de alto nível que é o que interessa ao rei mercado: Ex-diretor superintendente do Bradesco, ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, diretor financeiro do Banco Mundial, Vice-Presidente de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Isso não é qualquer coisa. 
Bolsonaro afirmou que disse a Paulo Guedes, ministro da Economia: “Já estou por aqui com o Levy. “Falei para ele: demite esse cara (advogado Marcos Barbosa Pinto) na segunda (dia 17) ou eu demito você (Levy), sem passar pelo Guedes”. Openso que o presidente Bolsonaro demonstrou ser autoritário e desequilibrado. Humilhou publicamente um profissional culturalmente educado. 
Joaquim Levy foi substituído por um amigo do Eduardo Bolsonaro, chamado Gustavo Montezano, com passagem pelo Banco BTG Pactual, onde foi vinculado profissionalmente a Paulo Guedes. Segundo informações jornalísticas, Gustavo foi vizinho e amigo dos filhos do presidente na década de 1990. Penso que não tem formação educacional, profissional e maturidade para ocupar um cargo tão elevado como é a presidência do BNDES. 
Politicamente penso que Bolsonaro, ao mesmo tempo que endurece e militariza o Governo, vê diminuir a sua base de apoio e perde a popularidade. Com isso a economia continua retrocedendo e o desemprego aumentando, agravando a crise econômica e social do Brasil. Por incrível que pareça tem deixado descontentes setores da burguesia econômica que o apoiavam. 
Para ampliar ainda mais os descontentamentos, centrais sindicais e movimentos sociais, com destaque para os estudantis, têm criticado o governo. Nas manifestações e atos públicos nos dias 15 e 30 de maio, milhões foram às ruas para protestar contra a Reforma da Previdência, que tira diretos dos trabalhadores e os cortes nas verbas para a Educação pública. Em Araraquara no dia 15 de maio colocamos  5 mil pessoas na rua e no dia 30 de maio  3 mil.
Na Greve Geral no dia 14, tendo à frente as centrais sindicais, a mobilização se repetiu e milhões voltaram às ruas em Araraquara e todo país. Avaliada como positiva, estudantes e centrais sindicais prometem não recuar, para que pelo menos os partidos de oposição não entrem no acordão no Congresso para aprovação da Reforma da Previdência. 
Assim, entendo que enquanto o presidente Bolsonaro permanecer com esta política de ódio, de vingança, de estímulo à violência, o Brasil continuará sem medidas concretas no campo econômico e social, voltadas para acabar com o desemprego, as altas taxas de juros, com a fome voraz de lucro dos banqueiros e dos grandes empresários, com a injusta carga tributária sofrida pela classe trabalhadora assalariada, pequenos e médios empresários. Avalio que decorridos quase seis meses de governo, a crise continua e pode se agravar.

(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br

WALTER MIRANDA (*)



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