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ARTIGOS

30/05/2019

Antibióticos: Os problemas do uso incorreto

Antibióticos são medicamentos utilizados especificamente para a eliminação de bactérias sem danificar as células do nosso corpo. São substâncias desenvolvidas a partir de fungos, bactérias ou elementos sintéticos (produzidos em laboratórios farmacêuticos). O primeiro antibiótico a ser sintetizado foi a penicilina, que ajudou a curar inúmeros casos de sífilis e tuberculose, sendo o único antibiótico na época. Foi descoberta em 1928, na Inglaterra, pelo médico bacteriologista Alexander Fleming, que, enquanto observava o comportamento de uma cultura de bactérias encontrada na pele dos seres humanos responsáveis por inúmeros casos de infecções graves, percebeu que elas não conseguiam sobreviver na presença de um mofo chamado Penicillium notatum, que facilmente se desenvolve nos pães. Os avanços em pesquisas proporcionaram que a Penicilina, passasse a ser produzida em larga escala e usada com fins terapêuticos.
 Nos dias de hoje, existem diversos tipos de antibióticos diferentes, a fim de abranger ao máximo os tipos de bactérias prejudiciais ao nosso organismo.  Alguns dos antibióticos mais comuns em tratamentos contra bactérias são: Amoxicilina, Azitromicina, Cefalexina, Tetraciclina, Benzetacil, sendo o uso estritamente dependente do diagnóstico feito pelo profissional médico. Apesar dos novos medicamentos disponibilizados, as bactérias e microrganismos continuam ganhando a luta nas doenças infecciosas. 
Atualmente um dos problemas de saúde pública mais relevantes, é a resistência bacteriana ao antibiótico.  Com o uso incorreto de antibióticos ou interrupção do tratamento (geralmente ao apresentar melhora, muitos pacientes interrompem o tratamento prematuramente), há seleção natural dessas bactérias, ou seja, bactérias que não foram eliminadas durante o curto período de tratamento, se multiplicam e geram uma nova população de bactérias, que são consequentemente mais resistentes. Assim, essa “nova geração” de bactérias já apresenta resistência ao antibiótico que foi utilizado. 
Esse fato apresenta consequências clínicas e econômicas preocupantes, pois ocorre o aumentando do gasto hospitalar e diminui o número de antibióticos eficazes para o tratamento do paciente. Tal situação pode ainda provocar a manifestação de doenças que não podem ser tratadas e até mesmo causar mortes, especialmente em países pouco desenvolvidos. 
Um outro fator que deve ser considerado, é a recomendação excessiva de antibióticos feita pelos profissionais médicos. A resistência bacteriana tem crescido acentuadamente pelo uso excessivo de antibióticos que são receitados sem necessidade ou até mesmo administrados sem a prescrição médica. 
Além dos impactos sociais e ambientais já citados, a resistência bacteriana aos antibióticos também é um problema econômico, pois elevam os custos dos tratamentos, aumentam a permanência dos pacientes no hospital e contribui para o aumento dos índices de mortalidade. Com o esgotamento dos medicamentos eficazes para infecções que podiam ser tratadas de forma simples, é necessário fazer o uso de antibióticos muito fortes, aumentando a chance de danos ao organismo. Em um futuro não tão distante, poderá não haver antibióticos efetivos para toda a gama de bactérias existentes. Tal constatação se torna muito preocupante não só do ponto de vista dos médicos, pois, a maior parte das infecções e doenças são causadas por bactérias.
Frente a este problema, organizações nacionais e internacionais, como o Sistema Único de Saúde (SUS), ANVISA e Organização Mundial de Saúde, reconhecem a relevância de estudos e do desenvolvimento de sistemas de vigilância, controle, campanhas e conscientização sobre resistência bacteriana e uso irracional de antibióticos. Para promover reflexões sobre o tema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza, todos os anos, no mês de novembro, a “Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos” (World Antibiotic Awareness Week). 
Diante da situação, este texto tem por objetivo alertar sobre o problema da resistência bacteriana e suas consequências na cura de doenças causadas por bactérias, de forma a conscientizar a população de Penápolis sobre o uso racional de antibióticos. Vale ressaltar que, com a chegada da época do inverno, existe um aumento no número de pessoas acometidas por doenças respiratórias (resfriados, gripes, rinite alérgica, sinusite, pneumonia, asma, entre outras) sendo algumas causadas por bactérias, necessitando de antibióticos para cura. Desta forma, a população deve-se atentar a procurar um profissional médico para ter o diagnóstico correto e uso da medicação coerente para cada caso e evitar o uso irracional e irresponsável de antibióticos, bem como a automedicação.

(*) Endrio Henrique Mabilini Janjacomo - Aluno de medicina da FUNEPE. Orientadores: Profa. Dra. Érica Alves Serrano e Prof. Dr. Rafael Bottaro Gelaleti, ambos do curso de medicina da FUNEPE

Referencias: ANVISA. Agencia nacional de vigilância sanitária. Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/antibioticos Acesso em: 25/03/19. GUIMARÃES, Denise Oliveira; MOMESSO, Luciano da Silva; PUPO, Mônica Tallarico. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Química Nova, v. 33, n. 3, pp. 667-679, 2010. MAGUIÑA-VARGAS, Ciro; UGARTE-GIL, César Augusto; MONTIEL, Marco. Uso adequado e racional de antibióticos. Certificado Médico Peruano, v. 23, n. 1, pp. 15-20, 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Antibacterial agents in clinical development: an analysis of the antibacterial clinical development pipeline, including tuberculosis. World Health Organization, 2017.

Endrio M. Janjacomo (*)



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