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08/05/2019
Sérgio Moro fora do governo Bolsonaro?
A “Operação Lava Jato” nasceu no coração de Brasília, num posto de combustível muito conhecido pelo preço baixo da gasolina, de propriedade de Carlos Habib Chater, que trabalhava com o doleiro Alberto Youssef, localizado a poucos minutos do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. Ali funcionava uma Casa de Câmbio clandestina muito frequentada por políticos e seus prepostos.
É sabido que dos 32 partidos políticos no Brasil, 29 receberam ajuda financeira de empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato. Não estão envolvidos nesta sujeira somente o PSOL, PSTU e PCO. Além dos Partidos, centenas de parlamentares reeleitos também receberam muita ajuda. Assim, indago: como acreditar que qualquer projeto voltado para combate à corrupção seja aprovado por este Congresso? Como pensar em acabar com a corrupção num país capitalista dirigido por políticos, na sua maioria, corruptos? Só o ministro Mouro acreditou.
As redes sociais têm divulgado que o ex-juiz federal, que ficou nacional e mundialmente famoso pela “Operação Lava Jato”, atualmente ocupando o cargo político de ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Fernando Moro, estaria decepcionado com os limites políticos do cargo que ocupa. Fico pensando: Será que ele acreditava que exercendo um cargo de nomeação política teria mais poder do que tinha no cargo de juiz? Se achava isso é lamentável reconhecer a sua ingenuidade política, ou ambição por cargos.
Os militantes bolsonaristas, principalmente os participantes dos movimentos de direita “Movimento Brasil Livre”, “Movimento Vem Pra Rua” e “Movimento Viva Brasil”, sempre consideraram Jair Messias Bolsonaro e Sérgio Moro, as principais personagens para eliminar de vez o poder político da esquerda e combater a corrupção.
O colunista João Domingos, em artigo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, revelou que Moro tem reclamado das dificuldades políticas junto ao Congresso, inclusive perante o presidente Jair Bolsonaro, para aprovar os seus projetos, dentre eles o “pacote anticrime”. Um grupo político significativo, principalmente os envolvidos na operação Lava Jato, quer que o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) saia do Ministério da Justiça e volte para o Ministério da Economia. Moro não quer que isso aconteça, mas percebe-se que está politicamente isolado.
Se o COAF sair do Ministério da Justiça a autoridade de Sérgio Moro ficará vinculada a atividades de menor importância como, por exemplo, a liberação de armas. Outro fato bastante constrangedor foi o presidente Bolsonaro vetar o nome da socióloga Ilona Szabo, indicada por Moro para ocupar a vaga no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
No dia 23 de novembro de 2015, Sérgio Moro, em palestra num dos eventos promovidos pela Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER), declarou já naquela época já estar decepcionado com o então governo Dilma (PT) pela falta de apoio. Quando questionado sobre a Operação Lava Jato, afirmara que “a mesma se assemelhava à metáfora de alguém que grita no deserto”.
O que está acontecendo com o ex-juiz já era previsto quando se exonerou do cargo de Juiz Federal e aceitou ser ministro do governo Bolsonaro. O ruim é que ficou evidente que a rapidez na tramitação do processo do Lula, até colocá-lo na prisão, teve a ver com a tática da direita de, usando o famoso juiz, afastar o ex-presidente da disputa eleitoral e depois cooptar Moro para compor a equipe do governo Bolsonaro.
Dizem que, na conversa com Jair Bolsonaro para Moro aceitar o pesado cargo político, ficou tudo combinado. No ano de 2020 deverá vagar um cargo no STF (Supremo Tribunal Federal) e Moro seria o indicado pelo presidente. Se isso for verdade, será revelador que o ex-juiz, tenha aceitado engolir sapos para conseguir o cargo vitalício.
Portanto, penso que o ex-juiz Sérgio Moro, pretendendo galgar cargos mais importantes do que a de um juiz de primeira instância em Curitiba, vai ter que engolir muitos sapos. Ganhou fama, pensou alto, e pode ser eliminado do cenário judicial pelo governo Bolsonaro e Congresso. Pelas razões até aqui expostas, fica a pergunta: será que o ministro vai pedir demissão do cargo?
(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br
WALTER MIRANDA (*)
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