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27/02/2019
Waldireni, a garota do Roberto
Nos anos 60, anos da minha infância, adolescência e juventude, na então pequena e pacata Penápolis, com população de, aproximadamente 20 mil habitantes, a maioria residindo na zona rural, mesmo não tendo em todas as residências aparelhos de TV, ouvíamos diariamente músicas veiculadas pela Rádio Difusora.
No ano de 1967 surgiu um movimento cultural que encontrou eco em boa parte da sociedade, adotando uma linha radical em termos de poesia e estética. Foi o movimento que denominaram “Tropicália”. O movimento, em pleno governo de ditadura militar, manifestou-se de forma contundente na música, com o objetivo de protestar politicamente contra o autoritarismo do golpe militar. Na Tropicália se destacaram Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, os Mutantes, Tom Zé e outros.
Paralelamente, surgiu um programa de televisão produzido pela TV Record em São Paulo e TV Rio, na época veiculado pela Rede de Emissoras Unidas, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, denominado Jovem Guarda Show, sob a influência dos Beatles e de um movimento musical denominado “Iê, iê, iê”, envolvendo boa parte da juventude brasileira e em nossa querida Penápolis.
Este movimento cultural e musical foi relembrado na noite deste dia 22 de fevereiro de 2019 (sexta-feira), durante o jantar promovido pelo Sindifisco-Nacional – Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Delegacia de Araraquara, onde sou presidente. Nesta linda noite tivemos o prazer de ter a presença de uma das divas da Jovem Guarda, a querida cantora Waldireni, para quem Roberto Carlos compôs e gravou a música “É Papo Firme” e teve como resposta a música “A Garota do Roberto”, composta por Eduardo Araújo e Carlos Imperial, gravada por ela.
Durante uma hora, Waldireni se apresentou cantando lindas músicas, todas da época em que ela, Roberto, Erasmo, Eduardo Araújo, Wanderléa, Vanusa, Martinha, Jerry Adriani, Wanderlei Cardoso, os VIPs, Deno e Dino e outros, se apresentavam no programa “Jovem Guarda Show” no Teatro Record localizado na Rua da Consolação.
O Programa ia ao ar semanalmente, apresentado por Roberto Carlos com sua maravilhosa Banda “RC7”, uma das melhores da época. RC7 tinha ótimos instrumentos de corda e sopro. O Programa, no período de 1965 a 1968, foi um sucesso e era assistido em todo Brasil.
No livro com sua biografia, escrito por Márcio Herdade com o título: “A garota do Roberto- Uma história dos tempos da Jovem Guarda”, Waldirene conta que no ano de 1967, diante do sucesso das suas músicas em todo país e participações no Programa Jovem Guarda Show, apadrinhada pela russa brasileirinha Elke Maravilha (Elke Giorgierena Grunupp Evremides), a garota do Roberto foi também contratada pela TV Rio, do Rio de Janeiro, para participações no programa “Discoteca do Chacrinha”.
Assim Waldireni passou a integrar o grupo das mais famosas cantoras de Jovem Guarda. Apresentavam-se no Programa “Jovem Guarda Show” aos domingos e as sextas-feiras e aos sábados na TV Rio no programa “Discoteca do Chacrinha”. Com esses dois contratos a linda garota do Roberto, de olhos azuis, estourou no Brasil e outros países da América Latina.
Com as músicas “Soy Rebelde, Porque te Vas, Estoy Triste, Palavras, Promessas”, se apresentou e vendeu milhões de discos no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Venezuela. No Brasil, com as músicas: A garota do Roberto e Só vou gostar de quem gosta de mim. Esta última, gravada primeiro por ela e depois por Roberto Carlos, permaneceu por muitos meses nas paradas de sucessos.
Produzido por Murilo Romano, Waldireni acaba de gravar um CD com músicas que foram sucessos no movimento cultural Jovem Guarda. Aqui no nosso jantar neste dia 22/02 (sexta-feira), ela vendeu muitos livros e CDs, demonstrando que a Garota do Roberto ainda é uma das preferidas pelo público de todas as idades.
Penso que vale muito a pena resgatar a nossa história, contratando para eventos culturais e festivos cantores e cantoras que fizeram e fazem parte da nossa rica cultura. Com certeza artistas como a Waldireni nos trazem agradáveis lembranças de um passado que continua muito vivo nas nossas cabeças e corações.
(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br
WALTER MIRANDA (*)
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