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ARTIGOS

14/03/2018

Pelo fim dos bandidos nos Sindicatos de Trabalhadores

O que tem incomodado os representantes dos verdadeiros sindicatos dos trabalhadores, assim percebidos, por exemplo, os que lutam em defesa de suas categorias, os que não se deixam cooptar pelos patrões, é constatar que a maioria dessas entidades abriga dirigentes parasitas, que buscam os mandatos sindicais para se locupletarem financeiramente. Quando estão nas bases, vivem bem com os salários da categoria, mas, depois de eleitos, se encantam com as “mordomias” que a máquina sindical proporciona. 
Estudando as finanças de vários Sindicatos, constatei que alguns deles têm orçamentos equivalentes aos de municípios com cerca de 50 (cinquenta) mil habitantes. Diante desse volume de recursos, os “pelegos”, para se eternizarem no poder, se apegam a todo tipo de subterfúgios para estenderem os próprios mandatos, inclusive com alterações estatutárias redigidas para dificultar as alternâncias de poder. Não é mais surpresa encontrarmos dirigentes que estão há mais de 30 anos nessas funções.
No dia 14 de dezembro de 2017, o trabalhador Clodoaldo Santos Melo (conhecido como “Barriga”), militante da CSP - Conlutas - Central Sindical e Popular, foi executado na porta de sua casa, no município da Barra dos Coqueiros, em Sergipe. Os dois homens acusados de atirar em Clodoaldo foram presos e confessaram que receberam três mil reais, quantia que teria sido paga por dirigentes do Sindimont, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagens, Manutenção e Prestação de Serviços, filiado à Força Sindical, esta dominada pelo deputado Federal Paulo Pereira da Silva. 
O Clodoaldo tornou-se inimigo do Sindimont porque passou a denunciá-los por enganar os terceirizados que trabalhavam para a Petrobras, uma vez que o Sindicato se omitia diante das violações de direitos praticadas pelas empresas responsáveis pelas obras da Termelétrica Porto de Sergipe. Numa das greves, a Política Militar do governo Jackson Barreto (PMDB), aliado dos dirigentes do Sindimont, reprimiram violentamente os trabalhadores liderados por Clodoaldo Santos Melo, o “Barriga”. 
Nesses mais de 30 anos de militância sindical, e também por força de minha atividade profissional, tenho visto muitos casos de Sindicatos criados exclusivamente para arrecadar contribuições compulsórias dos filiados. Com a recente reforma trabalhista, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória. Para manter as receitas, os sindicatos agora priorizam o ingresso de ações judiciais, pois em geral são vultosos os recursos obtidos com as cobranças de honorários dos trabalhadores, sejam estes sindicalizados ou não. 
Nas entidades sindicais sempre existe uma minoria astuta que assume a direção. Com raríssimas exceções, os demais aliam-se a esse grupo, geralmente liderado pelo presidente, que, em troca, lhes oferecem variadas mordomias. São parasitas que extraem dos organismos sindicais todos os recursos possíveis, mas pouco fazem em defesa das categorias que representam. Sem as vantagens dos cargos, inexistem politicamente. 
Os Sindicatos proporcionam desde a alimentação, ajudas de custo, carros, telefones, até a desobrigação de comparecem ao trabalho diariamente, como fazem os demais empregados. Muitos trabalharam pouco no “chão de fábrica” ou em outros setores produtivos das empresas, pois geralmente conseguem se manter nas atividades administrativas e financeiras do sindicato. Mesmo aposentados, continuam nas lideranças daquelas associações. Conheço um que foi presidente, formou-se em Direito, demitiu-se da Diretoria e passou a ocupar o cargo do antigo advogado, aumentando em dez vezes a sua remuneração. Esses aproveitadores, quando acreditam que serão derrotados nas urnas, tornam-se violentos a ponto de assassinarem seus opositores. 
O trabalhador Clodoaldo Santos Melo, o “Barriga”, foi alvo de dirigentes bandidos, que viram seus cargos ameaçados pela oposição dirigida por ele. São representes sindicais que se igualam aos políticos corruptos, pois, uma vez no poder, se enriquecem apropriando-se de recursos públicos. Devemos acabar com esses parasitas e bandidos no movimento sindical o quanto antes. Que venham trabalhadores honestos para as direções dos sindicatos.

(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wm@sunrise.com.br

WALTER MIRANDA (*)



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