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04/10/2017
Por um mundo sem armas
O confronto entre policiais e o crime organizado em todo o país, e não só no Rio de Janeiro, como pode nos parecer pela que noticia os principais meios de comunicação, é reflexo da violência que atinge os pobres e miseráveis, a maioria negros. As estatísticas têm mostrado que as crianças, adolescentes e jovens estão sendo dizimadas, comprometendo o futuro do nosso país.
É claro que não defendo, de maneira alguma, os argumentos da “bancada da bala”, que também abarca o polêmico candidato a presidência da república, Deputado Jair Bolsonaro, mas fico pensando que não podemos concordar com a violência provocada pelo uso de armas letais como monopólio de um privilégio do Estado opressor. Os jagunços e pistoleiros que matam indígenas que habitam há muitos anos as terras que tem como único proprietário natural Deus, na região amazônica, infelizmente usam armas legalizadas.
É preocupante a proliferação de grupos de extermínio, muitas vezes integrados por policiais, usando armas legalizadas. Assim, é de se pensar se a legalização do porte de armas poderá impedir ou dificultar as chacinas. Creio que a resposta é negativa. Da mesma forma, é de se perguntar se os trabalhadores oprimidos, a exemplo dos poderosos, deveriam também ter direito de se armar para se defender e defender as suas famílias.
Nos Estados Unidos, a preocupação também é muito grande, pois este império econômico é o maior produtor de armas do mundo, principalmente as nucleares. Naquele país, o povo é formado educacional e culturalmente a portar armas de fogo adquiridas até em supermercados. Nas décadas de cinquenta e sessenta, racistas, nazistas e setores de direita constituíram a Ku Klux Klan, que usando armas letais atacavam e matavam negros até nas portas das Igrejas.
Para se defenderem, negros americanos se organizaram no partido político Panteras Negras (Black Panther Party), agremiação revolucionária marxista defensora do armamento de todos os negros, então liderada por Huey Percy Newton, assassinado no dia 22 de agosto de 1989, com apenas 47 anos. Dentro do Partido, havia uma corrente política que defendia a luta armada. Contrapondo Huey na questão de uso de armas e da violência, havia o reverendo da religião cristã Batista, Martin Luther King, prêmio Nobel da Paz. A exemplo de Huey Percy Newton, o pacifista Dr. King também acabou assassinado.
Atualmente, sob a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos estão sobre um barril de pólvora, sendo odiado por vários países, principalmente os de cultura muçulmana, que denominam Trump “o senhor guerra”. Trump, ao contrário de Barak Obama, não defende o desarmamento da população americana. O massacre ocorrido na madrugada do último dia 01 de outubro, em Las Vegas, é consequência da política irresponsável de Trump. É de se esperar que outras tragédias virão.
Donald Trump é cristão, presbiteriano. Eu também sou membro de uma Igreja Presbiteriana, mas nunca aprendi com a palavra de Deus estimular a violência entre os homens. Pelo que Trump dizia durante a campanha e repete como presidente, tenho certeza que ele não conhece a verdadeira palavra de Deus, ou se conhece, não pratica. Deveria, a exemplo do Papa Francisco, pensar muito antes de externar suas opiniões. Como cristão deveria ser sal e luz, se posicionando por um mundo sem violência.
O livre acesso às armas está contribuindo com essas ações assustadoras no continente americano. Semelhante a esta tragédia em Las Vegas, vimos no ano passado o massacre ocorrido em Orlando, com 49 mortes. O autor dos disparos em Las Vegas, identificado como Stephen Craig Paddock, um homem branco, rico, americano com 64 anos de idade, pelo que se noticiou até agora, não pertencia a qualquer grupo terrorista, argumentos normalmente usados por Trump para estimular o ódio e o conflito econômico contra quem ameaça o poder do imperialismo americano.
WALTER MIRANDA (*)
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