18/08/2017

O limite do limite

O balde foi esquecido com a torneira aberta. O telefone tocou. E o instante provocou o esquecimento. Aconteceu o óbvio. O balde transbordou. E assim estava acontecendo coincidentemente em vários lugares, da mesma cidade. Todos foram dormir e nem se lembraram dos baldes. Resultado, a caixa d’água central secou. E todos ficaram sem água.
Quando há desperdício o poder reclama, orienta, pede para que haja educação no uso do bem público, neste caso a água.
Mas muita gente, mais humilde respeita. Não gasta água à toa. Neste caso, tem educação direcionada para todos os sentidos.
Pior é que muitos que se refestelam no poder que, de qualquer modo, possa ser entendido, não agem assim.
Utilizando a prerrogativa do poder se acham no direito a agir como quiserem. Pensam que demonstram poder mas na verdade mostram a falta de educação, no mais profundo sentido que se possa imaginar.
Assim muitos que são titulados, endinheirados, doutorados, empossados agem de forma arbitrária, desrespeitando a ordem pública e a ordem particular de cada um de seus semelhantes.
Digo no sentido de seres humanos, porque ninguém, por mais desprovido que seja de recursos culturais ou financeiros, não merece ser comparado como semelhante a certas pessoas que, no fundo, são extremamente sem educação, nem para consigo mesmas.
As torneiras acabarão sem água, especialmente para quem não tem nem conhecimento de como tirar d’água ou a um rio buscar água. Esses passarão sede e fome.
Será tão simples quando todas as torneiras jorrarem água de forma justa e adequada, para todos, sempre na forma da lei, identificada igualmente para todos. Ninguém acima da lei. Da mesma lei que parece ser diferente para determinadas classes sociais. Parece até que a água que sai para aquelas torneiras tem um tratamento especial. Não está longe e difícil de se entender que se os níveis da EDUCAÇÃO começarem a funcionar com respeito a todos, partindo daqueles que tem torneiras de plástico, teremos uma sociedade equilibrada. Aí os professores poderão ter condição de ensinar e construir educação com suporte que vem de cima. Hoje está difícil ensinar e educar sem correr o risco de ser contraditado por qualquer criança do início de ensino fundamental. Assim o governo não precisaria instituir um programa de demissão voluntaria para desempregar pais de família para reduzir gastos quando simplesmente deveria trocar as torneiras para serem todas iguais, reduzindo despesas absurdas, para muita gente que parece que estão acima da lei e que deveriam ser, espontaneamente, fonte de exemplos para os que se encontram na grande massa que sustenta esse pais e economizam até a água em respeito a fonte de onde ela provem.
Assim, o professor, de quem tanto se cobra, não seria mais objeto de tantas piadas maldosas elaboradas para o aluno personalizado como Joãozinho.
É só fechar muitas torneiras de ouro e trocá-las igualmente para as de plástico como de todos e água fluirá com a mesma intensidade, respeitando as necessidade de cada um. Mas de quem menos se espera sai uma proposta de 3 bilhões e 60 milhões de reais para serem gastos em eleições. Sairão do bolso do povo. De todos!!!

(*) Vanir Cavicchioli é penapolense e ex Diretor das EE Marcos Trench e Augusto Pereira de Moraes, ex Supervisor de Ensino na DRE de Penápolis, ex Professor e ex Diretor da FFCL de Penápolis, ex Supervisor de Ensino na DER Lins. Escreve as sextas-feiras para o DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: vanir-cavicchioli@bol.com.br

Vanir Cavicchioli (*)