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CIDADE & REGIÃO

14/07/2010

Taxista agredido por assaltantes retorna ao trabalho

DA REPORTAGEM

O taxista Waldir Augusto da Silva, 67 anos, que foi violentamente agredido por um trio de assaltantes durante um roubo ocorrido no dia 12 de março, retornou no último dia 02 a rotina normal de trabalho. Waldir, que faz ponto no Terminal Rodoviário, foi notícia em praticamente todos os jornais, rádios e TV brasileira, após ter sido covardemente espancado por três marginais que haviam combinado uma corrida naquela noite. O trio composto por dois adolescentes que estão custodiados por tempo indeterminado, e um maior de idade que permanece preso aguardando julgamento, estudava no Colégio Agrícola de Penápolis. Os três estudantes, um de 19 anos e dois de 16, combinaram uma corrida com o objetivo de roubar o veículo Gol para irem em uma festa. No caminho eles renderam o taxista e enquanto um deles aplicou uma “gravata”, os demais o agrediram. As agressões incluíram até mesmo passar com o carro sobre seu corpo. Acreditando que Waldir estivesse morto, os jovens o colocaram no porta-malas do carro e seguiram até a Rodovia Assis Chateaubriand, onde o jogaram no Ribeirão Lajeado. Ele foi encontrado somente 22 horas depois por policiais e bombeiros, quando os estudantes já haviam sido detidos e confessados o crime. O carro com alguns danos, os marginais jogaram dentro do córrego Lajeadinho, nas proximidades do Colégio Agrícola, mas como ficou preso ao barranco, não chegou a submergir.

Ajuda
Para voltar a trabalhar o taxista contou com a ajuda de amigos e familiares, pois somente no conserto do carro foram gastos R$ 5 mil. “Muitas pessoas me ajudaram financeiramente, inclusive meus colegas de ponto, os comerciantes do Terminal Rodoviário e meus filhos”, informou o taxista. Waldir disse que não se lembra de nada do que ocorreu naquele fatídico dia, com exceção apenas que viu por várias vezes os estudantes durante toda aquela tarde circulando pelo Terminal e que foi o maior de idade que ocupou o lugar atrás dele, dentro do carro. A partir daí ele não viu mais os marginais, e nem pretende revê-los. Como ao ser atirado no Ribeirão Lajeado ele estava desmaiado, Waldir acredita que provavelmente ao cair na água deve ter recomposto parcialmente a memória. “Sempre fui um bom nadador e, mesmo que instintivamente, devo ter me debatido em busca da sobrevivência”, reconhece. Ele foi encontrado por um grupo de bombeiros que fazia a busca e ficou por um mês em coma induzido na Santa Casa de Penápolis. Após este período foram mais 27 dias em recuperação em um quarto do hospital. “Não me lembro de nada neste período, nem mesmo das pessoas que foram me visitar”, observou. O restante da recuperação, por orientação médica, ocorreu em sua residência. “Os médicos acertadamente acharam que em casa minha recuperação seria mais rápida”, destacou o taxista. Neste período ele teve o acompanhamento médico e de enfermeiros do Postinho de Saúde do bairro onde reside.

O Retorno
Segundo Waldir, por coincidência, a primeira corrida que fez após a recuperação foi para dois rapazes que o contrataram para uma viagem até Luiziânia. “Fiquei assustado e passei a fazer muitas perguntas. Os clientes, entretanto, não me reconheceram”, lembrou Waldir. De volta ao trabalho o taxista afirma que cada corrida é encarada com um drama angustiante. “Até mesmo se for uma mulher que ocupe o lugar no banco traseiro já é motivo para redobrada preocupação”, afirmou. Outro procedimento que se tornou corriqueiro, mas que para ele é encarado como angustiante é ter que ficar repetindo o tempo todo a curiosos o drama vivido. “Tenho que ficar repetindo os momentos de terror da qual vivi, enquanto luto para esquecer. Até parece que é um castigo”, reclamou. Como sua imagem, foi mostrada muitas vezes em diversos canais de TV, jornais e revistas, ele sempre é reconhecido pelas pessoas. “Outro dia fui com minha filha a São José do Rio Preto e em um estabelecimento uma comerciante passou a me olhar com insistência, e disse que eu parecia com o taxista agredido e quando confirmei que era o próprio, ela começou a chorar”, recordou. Waldir disse que muitas pessoas desconhecidas, tomam a mesma atitude ao comentar seu drama, além de expressarem alegria de ver que apesar de tanta violência ele conseguiu sobreviver.

Sem perdão
Para Waldir, a violência imposta contra ele pelo trio de marginais não merece perdão. “Não há como perdoar. Eles poderiam simplesmente ter feito o assalto e levado os bens materiais. Mas não, eles quiseram acabar comigo”, ressaltou. Quanto a adotar novos procedimentos para evitar ser novamente assaltado ele afirma que não há muito a ser feito. “Bandido não tem cara de bandido. Prova disso é que neste caso os marginais eram estudantes sem nenhuma passagem pela Polícia. Estou evitando trabalhar durante a noite”, informou. Religioso, Waldir disse ter fé em Deus, o que para ele foi fundamental para se livrar do pesadelo que viveu. “Por tudo que passei posso garantir que sou um produto de Deus. Além das agressões, de terem passado com o carro sobre meu corpo e ter me atirado nas águas de uma altura de cinco metros, os bombeiros já estavam finalizando as buscas, quando um deles decidiu dar uma nova espiada. Ao ver a taboa se mexer acabaram me encontrando”, recordou. Ele preferiu não mais retornar ao local onde foi abandonado, mas já passou sobre a ponte algumas vezes durante viagens para Rio Preto. Além deste drama ele já havia sido assaltado outras duas vezes. Em uma delas teve uma faca encostada no corpo, mas conseguiu abrir a porta e fugir. Em outra, com o carro em movimento, também abriu a porta e pulou, enquanto um dos bandidos disparava em sua direção. Ele forneceu todas estas informações, mas não permitiu que fosse fotografado. Ao finalizar a entrevista o taxista agradeceu a todos os funcionários do Pronto-Socorro e Santa Casa de Penápolis pelo carinho recebido. “Não cito nomes para não cometer injustiça”, finalizou. (SRF)

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