Classificados

VÍDEOS

Residência pega fogo em Penápolis
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

CIDADE & REGIÃO

22/11/2023

Supervisor de Ensino destaca a importância do Combate ao Racismo e outras formas de discriminação na sociedade

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia
João Luís reforçou a necessidade urgente de a escola e da sociedade como um todo refletirem sobre o combate ao racismo

DA REDAÇÃO

Em entrevista ao DIÁRIO DE PENÁPOLIS, o professor, advogado e supervisor de ensino João Luís dos Santos reforçou a necessidade urgente de a escola e da sociedade como um todo refletirem profundamente sobre o combate ao racismo. Para ele, o feriado estadual de 20 de novembro, dedicado à Consciência Negra, deve transcender a mera celebração e se tornar um espaço de debate, reflexão e ação continuada.
"A questão do combate ao racismo vai muito além do discurso de não ser racista. Precisamos nos posicionar ativamente contra todas as formas de discriminação", enfatizou o professor, destacando que a inatividade diante das injustiças perpetua o ciclo de desigualdade.
Ao abordar a relevância desse debate, ele ressaltou que ser antirracista implica em combater não apenas o racismo, mas também outras formas de discriminação. "Quem é antirracista também combate a homofobia, a gordofobia, o machismo e todas as outras formas de discriminação", pontuou.
O supervisor de ensino enfatizou o papel essencial das instituições educacionais na formação de cidadãos conscientes e engajados na construção de uma sociedade mais igualitária. "A escola tem o dever de promover debates e ações que estimulem a reflexão sobre as raízes do racismo e suas manifestações contemporâneas", afirmou.
Por fim, ele concluiu instigando a sociedade a ir além das palavras, incentivando ações concretas que promovam a inclusão e a equidade. "Devemos nos comprometer não apenas com discursos, mas com ações transformadoras. É necessário que cada um de nós assuma a responsabilidade de combater ativamente todas as formas de discriminação", finalizou o professor e supervisor de ensino, deixando um chamado para ação e mudança efetiva. “Mais que respeitar as diferenças, temos que agir em prol da igualdade e sermos solidários às pessoas que sofrem qualquer tipo de discriminação”.

20 de novembro
O feriado estadual de 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos no Brasil. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, em consequência de sua morte em combate pela libertação dos negros escravizados, em 20 de novembro de 1695.

Nos anais de nossa história penapolense, no ano de 1937, consta a existência do Clube 7 de Setembro, mais conhecido como o “clube dos pretos”. Dona Luzia Rosa, popularmente conhecida por Luzia do Grupo, fundadora da “Escola de Samba 7 de Setembro” dizia que “os brancos, depois que saíam dos clubes, iam sambar com a gente na escola”. Congregava os mais humildes e os mais simples, “os pobres e pretos, mas os mais alegres”. Dez anos depois, em 1947, Dona Luiza Rosa propõe e aprova a mudança do nome, agora batizado de Clube e Escola de Samba 13 de Maio, certamente numa alusão à data oficial do fim da escravidão dos africanos e seus descendentes no Brasil. No início dos anos de 1960, Dona Tereza Pereira, mais conhecida como Dona Tereza Preta, assume a direção do clube, escola de samba e bloco de carnaval que, em seguida, passaria ter novo nome: “Lá Vem Mangueira”. Em homenagem a essas duas grandes mulheres, escrevi o poema abaixo, intitulado AFROPENAPOLENSES:
 
AfroPenapolenses
 
(de João Luís dos Santos)
 

Recém-libertos, no começo,
da escravidão
foram lenhadores, carregadores,
apanhadores de algodão
Criadas nas casas das madames
Plantadores de café, auxiliares de tropeiros
Meeiros lavradores da terra
desse nosso chão.
No meio de nossa história, depois com o tempo,
cortadores de cana
da roça para a periferia
Boias frias, roceiros
serventes de pedreiros
Encana  dores
Marceneiros, carpinteiros
Operários, carroceiros, diaristas
toca  dores de pandeiro.

E com o tocar do século, com o passar do tempo,
Conseguem carteira de motorista
um lugar no correio, na prefeitura, 
na campezina ou na campestre
auxiliares de todos os serviços mais gerais
merendeiras, cozinheiras,
domésticas, lavradoras e lavadoras
bancário soldado raso seminarista mestres pastores
comerciante, comerciário e empreiteiro 
empresário, negociante, vereador e também prefeito.
Mestre sala e porta bandeira.

Vão conquistando ocupando 
todos os cantos e todos os espaços
da cidade: terra de marias e josés.
Enfrentando preconceitos 
construindo casas plantações
coragem memórias 
alcançando prosperidades 
consolidando solidariedades 
transformando vilas e gerações,
Ganham voz e ritmos, batalhas diárias 
espalhando sorrisos e paixões,
suores misturados às históricas dores

Assim, os afropenapolenses 
vão vencendo – com alegria e luta - 
mestiçando essa pólis, 
com fé, de esperança e de glórias,
terra de muitas
de todas as cores.

VEJA TODAS AS NOTÍCIAS

© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade