Reformas: Investimentos valorizam a cultura em museus da cidade

DA REPORTAGEM

Penápolis sempre foi referência na região e até mesmo no Estado por conta de seus museus que atraem pessoas de vários lugares para visitarem as relíquias expostas nos arquivos de três grandes referências na cultura popular brasileira. O Museu Histórico apresenta objetos que marcaram a história de Penápolis e do país, como móveis utilizados por grandes barões e até peças arqueológicas de quase mil anos. O Museu do Folclore expõe peças coletadas em diversas partes do País que mostram a crença, costumes e objetos populares. O Museu do Sol, 1º na América Latina em Arte Naif, apresenta pinturas e trabalhos de artistas sem preparação acadêmica, mas que possuem uma qualidade incomparável em suas obras. Dois destes museus passam por reformas e adaptações em seus prédios, com objetivo de melhorar instalações dos objetos, garantindo uma conservação mais adequada do acervo, e também para o recebimento de visitantes. O Museu do Sol encontra-se fechado por conta da falta de recursos para que as obras sejam mantidas em exposição. Segundo o Secretário Municipal de Cultura, Joaquim Alberto Soares, o ‘Beto’, o museu Histórico e do Folclore são municipais. Ambos passam por profundas reformas, através de recursos – R$ 260 mil - do Ministério do Turismo. Em contrapartida, a Prefeitura Municipal está gastando quase 80 mil com a compra de móveis e outros equipamentos que visam oferecer melhores condições para que os objetos sejam expostos. "É um dinheiro que está sendo muito bem empregado, afinal estamos valorizando uma cultura que é nossa, além de estarmos cuidando daquilo que os penapolenses devem ter orgulho, que são os nossos museus", comentou Beto. Segundo o secretário, o Museu do Folclore, que funcionará na praça Nove de julho, foi todo pintado. "As paredes internas foram pintadas de cores diferentes, o objetivo é melhorar o ambiente de acordo com o tema da exposição do local, melhorando a visualização dos objetos", disse. Esse processo foi feito por conta de um projeto de museografia que visa justamente melhorar o ambiente em que determinada peça está exposta, valorizando-a e melhorando o ambiente para sua conservação. "Este estudo de museografia foi feito por nossos funcionários para que pudessem aplicar estes conhecimentos em nossos museus, fazendo com que nós também ganhássemos mais qualidade em nossas exposições", ressaltou. Ainda no Museu do Folclore, estão sendo gastos R$ 40 mil com a aquisição de novos móveis onde as peças ficarão expostas. O prédio contará ainda com equipamentos multimídia e com uma sala multiuso, onde poderão ser desenvolvidas atividades diversas com melhores estruturas. A climatização é um fator importante para que as peças sejam mantidas em perfeito estado. Segundo Beto, este é um fator que precisa ser estudado, afinal é algo fundamental para a conservação das peças e comodidade dos visitantes. "No prédio do museu já colocamos ar condicionado e ainda estudaremos algo para ser feito para que esta climatização fique ainda melhor", explicou. Ele disse ser importante fazer com que as peças fiquem em um ambiente climatizado o tempo todo. Com o clima seco e quente, típico da região, as peças podem sofrer um desgaste muito grande. Outra preocupação é com a sala de reserva técnica, onde as peças que não estão sendo expostas ficam guardadas. "Esta é outra grande preocupação. Estamos adequando um local para que estas peças fiquem bem guardadas e protegidas", ressaltou Beto. Ainda não foi agendada a inauguração do novo museu, pois ainda existem coisas a serem compradas que dependem de licitação. "É claro que estamos trabalhando para que tudo seja feito o mais rápido possível, para que nosso museu fique cada vez melhor", enalteceu.

Histórico

O Museu Histórico também está passando por reformas para adequação da exposição de seu acervo. Estão sendo gastos R$ 130 mil do Ministério do Turismo, assim como o do Folclore, o Histórico também terá investimentos da administração municipal na compra de móveis e demais equipamentos a serem utilizados. "Tudo o que está sendo feito no Museu do Folclore também faremos no Histórico, para que o acervo seja conservado", disse. Beto informa que o Museu Histórico funcionará no antigo prédio da Prefeitura, na praça Nove de Julho. "Lá realizaremos a reinstalação de janelas originais do prédio, climatização do ambiente e toda estrutura adequada", comentou. Outra preocupação com relação ao museu é o arquivo de documentos e jornais, que precisam de uma estrutura adequada para sua conservação. "Temos jornais da década de 20 e arquivos muito importantes da história de nossa cidade, por isso temos que ter uma atenção especial para isso, para nada seja destruído", ressaltou. O Museu do Sol, segundo Beto, acaba sendo um órgão particular, não podendo receber ajuda financeira do governo, e consequentemente tem dificuldades de ser mantido como deveria.

"Tivemos grande investimento de uma família para manutenção do museu, mas os gastos são muito altos, fato este que acarretou no fechamento do local, pois não há dinheiro suficiente para mantê-lo", concluiu. (Rafael Machi)