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CIDADE & REGIÃO

05/12/2015

Penápolis: Suspensão de reorganização escolar é comemorada

Imagem/Arquivo DIÁRIO
Detalhes Notícia
Alunos da escola Carlos Sampaio Filho chegaram a fazer um “abraço simbólico” na escola como manifestação contra a reorganização

DA REPORTAGEM

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira (04) que vai suspender o processo de reorganização escolar que estava previsto para ser aplicado no ano letivo de 2016. A reorganização pretendia ampliar o número de escolas com um único ciclo e também estava prevista para ocorrer em quatro escolas de Penápolis, sendo a EE Carlos Sampaio Filho, EE Adelino Peters, EE Yone Dias de Aguiar e EE Maria Luiza Bernardes Nory. Assim como em todo o Estado, alunos penapolenses também realizaram manifestações contra o processo, pois muitos deles teriam que ser remanejados entre estas escolas para que se tornasse de único ciclo. Alckmin afirmou que o ano de 2016 será destinado para o diálogo com alunos e pais, a fim de que o processo seja melhor organizado. “Entendemos que devemos aprofundar o diálogo. Isso fecha um ciclo que permite a gente ajudar no ensino infantil. Vamos dialogar escola por escola”, disse o governador. “O ano de 2016, que seria o ano de implantação, será o ano de aprofundar o diálogo. Alunos vão continuar na escola que já estudam, não haverá mudança”, ressaltou. O governador disse ainda que a reorganização escolar traria benefício para a educação no estado. “Nós já temos no Estado de São Paulo 1.500 escolas de ciclo único, são escolas que separam alunos do ciclo 1, crianças de seis até 11 anos de idade, escolas de ciclo de 11 a 14 anos, e de Ensino Médio, que são os alunos de 14 a 17 anos. Essas escolas de ciclo único, que já são hoje 1.500, elas têm o resultado melhor no Ideb, geralmente quase 15% acima da média, são mais focadas e não misturam crianças de seis anos com alunos de 17 anos de idade, por isso a nossa convicção dos benefícios que a reorganização traz para a qualidade da escola pública de São Paulo”, explicou. Ainda falando sobre o Ideb, Alckmin comentou resultados alcançados pelas escolas do estado como ponto de crescimento da educação. “A reorganização traz benefícios para a qualidade da escola pública de São Paulo. Somos o quarto colocado no IDEB no ciclo 1, o terceiro no ciclo 2, e o segundo no ensino médio. Avançamos muito com escolas de tempo integral, a maior rede de ensino técnico do país, somos o único estado brasileiro que investe 30% em educação; ninguém investe tanto no Brasil’, disse o governador.

Desgastes
A decisão foi anunciada no dia em que pesquisa Datafolha indicou que a popularidade do governador chegou ao menor índice já registrado. Apenas 28% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom. Na última pesquisa apresentada pela datafolha, o número era de 38%. Dois fatores foram fundamentais na influência do resultado, a crise hídrica que o estado tem enfrentado e a reorganização escolar. O governo Alckmin sofreu grande desgaste depois que alunos passaram, como forma de protesto, a ocupar escolas da capital e realizar manifestações nas principais vias de São Paulo.

Penápolis
Alunos das escolas de Penápolis também realizaram manifestações na cidade contra a reorganização escolar. Muitas delas ocorreram em outubro, logo após ter sido anunciado que Penápolis também passaria pelo processo.
Em uma destas manifestações, os alunos das escolas Carlos Sampaio Filho e Adelino Peters percorreram as principais ruas do centro da cidade e foram até a Diretoria Regional de Ensino de Penápolis, onde foram recebidos pelo Dirigente de Ensino, professor Lucinei Aparecido Euzébio, que lhes explicou o processo. As manifestações tiveram o apoio do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Depois do anúncio do governador, a reportagem do DIÁRIO entrou em contato com o sindicato na cidade. Para a diretora executiva da Apeoesp em Penápolis, Tereza Cristina Moreira da Silva, a decisão do governador não foi em reconhecimento ao erro do estado em relação à reorganização, mas em virtude da luta da sociedade contra o processo e também pela queda em sua popularidade. “Não houve diálogo como o governador disse que estava havendo, foi algo imposto por ele. Nós da Apeoesp, juntamente com toda a comunidade lutamos arduamente contra esse processo que foi empurrado para nossas escolas. Foram três meses de lutas e ficamos, então, com nossas consciências tranquilas em relação à nossa posição, pois sabemos a realidade de nossas escolas e o que seria implantado não era a melhor solução”, comentou. Ela ressaltou que a decisão do governador representa a vitória da sociedade que se manifestou em favor da educação. “Como o governador pode dizer que quer melhorar a educação fechando escolas? Nossa luta foi justa e vimos que unidos conseguimos resultados positivos. Estamos contentes com este primeiro passo e vamos continuar fiscalizando e atentos a este processo e a tudo aquilo que de alguma forma, prejudique nossa educação. Sem diálogo não há melhorias, pois quem realmente sabe o que nossa educação precisa é quem está todos os das dentro de uma sala de aula”, finalizou Tereza.
A presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Penápolis (UMESP), Larissa Gimenes Rodrigues, disse que está contente com a decisão do governador, mas que espera que isso não seja um ato político. “Eu realmente quero acreditar que o governador tenha reconhecido o erro que estava cometendo e que isso não seja um ato político por conta do desgaste que vinha sofrendo com a pressão por conta disso, bem como não seja uma tática para afastar os alunos que ocupavam escolas e esfriar a situação”, comentou. Para ela, o diálogo realmente deve fazer parte dos próximos planejamentos. “Espero que o governador realmente trabalhe com base no diálogo. Essa reorganização não era o que os alunos queriam, por isso, vamos continuar acompanhando a situação e nos manifestar em prol de nossa educação”, enfatizou.  
A reportagem de DIÁRIO DE PENÁPOLIS tentou falar com o Dirigente de Ensino de Penápolis através da assessoria de comunicação da Educação, mas foi orientada a buscar informações através da assessoria do Palácio dos Bandeirantes, entretanto até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia sido enviada.
 


Suspensão da reorganização derruba Herman

Apesar da informação não ter sido confirmada pelo portal da Secretaria de Estado da Educação, o site do jornal O Estado de São Paulo deu como certa o pedido de demissão do secretário Herman Voorwald. A informação publicada pelo jornal é de que ele teria apresentado sua carta de demissão ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi aceita pelo executivo estadual. O motivo da saída do secretário seria a avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno no projeto, que acabou se tornando o maior desgaste político no ano de 2015. O Estado divulgou em sua página na internet que o secretário não teria conseguido emplacar a tese de que o movimento era político e partidário. A publicação revela ainda que Herman teria apresentado ao Palácio dos Bandeirantes avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogos com os líderes dos movimentos para desmobilizar as ocupações. A avaliação dos tucanos paulistas, segundo o Estado, é que a resistência ao processo de reorganização já vinha causando um desgaste a Alckmin maior do que a crise hídrica.

(por Rafael Machi)

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