Marina Arditi: filha da fundadora do Museu do Sol visita Penápolis

DA REDAÇÃO

Nesta semana o Museu do Sol recebeu a visita ilustre de Marina Arditi, filha da fundadora Iracema Arditi, que presenteou a instituição com a obra de João Sebastião, sob o título de Pantanal.
Durante sua permanência em Penápolis, Marina foi recepcionada pelo mecenas das artes Celso Egreja, um dos articuladores e mantenedores da Fundação que abriga o Museu do Sol, bem como pelo atual diretor Beto Fernandes.
Radicada em Lion, na França, Marina Arditi aproveitou a passagem pela cidade para uma entrevista na Rádio Difusora, no programa Célio de Oliveira, quando falou sobre seu retorno – depois de 10 anos – a Penápolis para reviver (e ver) o projeto de sua mãe, absorvido por Celso e outros abnegados que valorizaram o seu trabalho e sua arte.
“É um momento de muita emoção, estou muito contente por estar aqui, vendo esse museu, suas obras”, disse Marina, reforçando que o projeto idealizado por sua mãe é hoje uma referência internacional da arte naif.
Disse que era momento especial, pois estava vivenciando, através das telas de sua mãe e de outros a valorização daqueles artistas que, como sua mãe, começou a pintar como autodidata.
Sobre o quadro doado ao museu, Marina informou que se trata de uma obra que estava sob guarda de uma amiga, mas que hoje não teria condições de continuar com ela. “Por se tratar de artista naif, nada mais justo que ele seja colocado no acervo do museu”, concluiu Marina.

Referências
Para o diretor do Museu, Beto Fernandes, a presença de Marina em Penápolis representa uma dinâmica de parceria da família com a instituição, evidenciando a proposta do museu que é levar e preservar a arte naif adiante.
“Como já disse em várias oportunidades, todos devem e precisam conhecer esse patrimônio cultural que a cidade tem. É um museu de referência internacional, com obras de artistas de vários rincões do Brasil e do mundo”, disse o diretor.
Relatou que o ideal de Iracema Arditi, lá pelos idos de 1972, quando fundou o Museu do Sol em São Paulo, o primeiro museu de arte naif do Brasil e da América Latina, permanece aqui, em Penápolis. “Venham prestigiar uma coleção com centenas de pinturas que Arditi doou para a cidade de Penápolis em 1978”, reforçou Beto Fernandes.
Suas obras estão no Museu do Sol, localizado em Penápolis, sendo a primeira instituição latino-americana especializada no gênero, ou seja, dedicado à conservação e exposição de objetos ligados à arte primitiva, também chamada arte naïf. 
Para Beto Fernandes, a representatividade de Iracema em Penápolis deve ser lembrada como a fundadora do museu e de uma grande incentivadora das artes, já que o seu acervo (coleção particular) foi disponibilizado para Penápolis se destacar na cultura da arte naif.
“O seu incentivo para criação do museu em Penápolis é resultado da reunião de obras que havia reunido nos anos anteriores, sendo um expressivo conjunto de peças representativas da arte primitiva do Brasil e de outros países”, observou o diretor Beto Fernandes.

Acervo
O Museu do Sol mantém um acervo de obras, entre entalhes, esculturas, desenhos, gravuras, pinturas, cordéis e outros objetos, de artistas exponenciais do Brasil e do exterior. 
A maior parte provem da coleção inicial doada por Iracema Arditi, posteriormente ampliada por aquisições e outras doações. Embora pequena numericamente, a coleção do museu sobressai, quer pela importância dos autores no contexto da arte primitiva brasileira – capazes de fornecer uma mostra significativa da evolução dessa corrente artística -, quer pela qualidade das peças.

(Com A/I Carlos Netto)