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CIDADE & REGIÃO

10/10/2010

JORNALISMO: Caco Barcellos comenta desafios da profissão

Detalhes Notícia

DA REPORTAGEM

O jornalista Caco Barcellos, que apresenta as terças-feiras o programa Profissão Repórter pela Rede Globo de Televisão ministrou palestra aos estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda na noite da última sexta-feira, 08. O encontro, que faz parte da 10º Secomt (Semana de Comunicação Toledo) ocorreu no auditório do Centro Universitário Toledo, em Araçatuba. Na oportunidade, Caco Barcellos, que já recebeu prêmio como um dos jornalistas que mais se destacaram na defesa dos direitos humanos no mundo conversou com os presentes sobre os desafios da profissão e do programa que apresenta. Minutos antes, ele concedeu uma entrevista coletiva aos órgãos de imprensa da região e comentou vários pontos, entre eles o jornalismo investigativo e os livros que escreveu que são sucesso, como o Rota 66, em que conta a história da polícia que mata e Abusado, onde relata o forte esquema de tráfico de drogas em uma das favelas do Rio de Janeiro. “Muitas pessoas acham inédito o trabalho que faço, mas o jornalista tem que ser assim, ir na contramão da informação e mostrar a população o outro lado da história que muitas vezes não é divulgado”, disse. Ele informou que suas obras retratam um cenário do cotidiano vivido por muitas pessoas, só que de um ângulo que até hoje, com exceção de seus livros foi mostrado. “Infelizmente, alguns órgãos de imprensa, senão a maioria costuma noticiar estes tipos de eventos só do olhar de quem não está envolvido, esquecendo do olhar da Polícia que todos os dias entra em confronto com os traficantes, das pessoas que residem no morro e da classe média alta”, observou. Sobre a profissão, Caco Barcellos se mostrou preocupado, não pela não exigência do diploma, mas em razão de alguns profissionais não levarem a informação com ética, seriedade e credibilidade. “Além de exigir coragem do profissional em mexer nestes assuntos delicados, é preciso dedicação, pesquisa e muito trabalho, o que muitos jornalistas não estão fazendo mais”, destacou. Ele lembrou que hoje, com o avanço da tecnologia, em especial a Internet, os jovens que saem da faculdade para o mercado de trabalho estão mais preparados que os jornalistas de antigamente. “Eu me lembro que antes para se fazer uma pesquisa tínhamos que ir até a biblioteca e ficar horas pesquisando livros sobre determinado assunto. Hoje em questão de segundos você tem todas as informações que precisa”, disse. Outro ponto abordado pelos jornalistas foi sua experiência com jovens jornalistas na elaboração e apuração das matérias do programa "Profissão Repórter". De acordo com ele, para se produzir o programa pelo menos 30 profissionais acompanham as três duplas de repórteres que aparecem na televisão. “Isso ajuda na matéria, pois são profissionais com ângulos diferentes para abordar o assunto e assim transmitir de um jeito que os telespectadores jamais conhecem a história”, ressaltou. Sobre o grande desafio da profissão de jornalista hoje, Caco Barcellos disse que é voltar a fazer um jornalismo sério, de responsabilidade e boa apuração. “No Brasil, o ‘blá blá blá’ estão chamando de jornalismo investigativo, o que não é verdade. O nosso trabalho não pode ter polemica, pois não combina com nossa profissão. O repórter deve ter consciência de que a história que está sendo passada, alguém mais para frente vai contá-la, tornando-a real”, finalizou.

Biografia
Caco Barcellos, cujo nome real é Cláudio, já foi catador de cacos velhos e de outros objetos para vender - daí o nome Caco -  e taxista, nasceu em Porto Alegre (RS), iniciando sua carreira profissional na Folha da Manhã. Durante o período em que houve a ditadura militar, Caco trabalhou em veículos de imprensa alternativa, dentre eles, as revistas "Repórter", "Isto É" e "Veja", cobrindo guerras, catástrofes naturais, guerrilhas e se dedicando a reportagens investigativas, entre elas a que se originou o livro "Rota 66". Foi para a Rede Globo em 1985, onde atuou como repórter no Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter. Caco Barcellos estreou logo depois o programa Profissão Repórter, sucesso até hoje. Além do livro “Rota 66”, no qual se dedicou por oito anos para pesquisar, o jornalista também é autor de “Abusado”, em que fala o retrato do morro Dona Marta, mostrando como funciona o tráfico no Rio de Janeiro e como se originam os traficantes. Ele ainda aborda o relacionamento destes com a comunidade. Também escreveu o livro “Nicarágua: a Revolução das Crianças”, que fala sobre o movimento sandinista que tirou a Nicarágua das garras da ditadura de Anastásio Somoza. Em 2007 escreveu a peça de teatro, "Osama, The Suicide Bomber of Rio" (Osama, Homem-Bomba do Rio), para o projeto Conexões, do National Theatre of London.

Prêmios
Durante sua trajetória de mais de 30 anos de jornalismo, Caco Barcellos foi vencedor de vários prêmios, entre eles o Vladimir Herzog por fazer uma reportagem sobre os 20 anos do atentado militar, durante a ditadura, deflagrado no Riocentro nas comemorações do Dia do Trabalho. Em 1993 recebeu o prêmio Jabuti, um dos mais prestigiados do país na categoria reportagem e mais oito prêmios de direitos humanos pelo livro “Rota 66”. O jornalista foi novamente congratulado pelo prêmio Jabuti, como melhor obra de não-ficção em 2004 com o livro “Abusado, o Dono do Morro Dona Marta”. Em 2003 e 2005 recebeu o prêmio como melhor correspondente, promovido pelo site Comunique- se. Já em 2006 e 2008, em premiação do mesmo site, foi eleito o melhor repórter da televisão brasileira, recebendo ainda o Prêmio Especial das Nações Unidas, como um dos cinco jornalistas que mais se destacaram na defesa dos direitos humanos no Brasil. (Ivan Ambrósio e Rafael Machi)

Foto: Caco Barcellos comentou os desafios da profissão de Jornalista na palestra

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