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CIDADE & REGIÃO

21/03/2018

Criança morre e família quer investigação de atendimento

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Hector foi levado ao Pronto Socorro quatro vezes, família quer apurar se houve negligência médica e pede justiça

DA REPORTAGEM

A morte do pequeno Hector Lorenzo Teixeira Triveloni, de apenas 1 ano de idade, ocorrida na noite do último domingo (18),  causou comoção aos penapolenses.  O caso foi repercutido na Câmara de Vereadores na sessão realizada na segunda-feira (19) depois que o avô da criança usou o espaço da Tribuna Livre para pedir a apuração do atendimento médico que seu neto recebeu no Pronto Socorro Municipal, uma vez  que Hector vinha apresentando problemas de saúde desde a terça-feira (13) da semana passada,  e não sabiam o que estava ocorrendo com ele. A causa da morte ainda é considerada indeterminada.
A reportagem do DIÁRIO DE PENÁPOLIS ouviu a tia de Hector, Nathaly Regina dos Santos Gomes, a qual explicou que os pais de Hector procuraram atendimento médico no Pronto Socorro da cidade na última terça-feira depois que a criança começou a apresentar  febre, diarréia e vômitos. Segundo ela, no primeiro momento a criança foi atendida e  medicada, sendo que logo após, o menino foi liberado para a sua casa.
Na sexta-feira seguinte (16) os pais da criança teriam retornado ao Pronto Socorro no período da tarde depois que ela começou a apresentar  febre novamente. Segundo a tia de Hector,desta vez  após a avaliação médica houve  a suspeita de que se tratava de dor de garganta, sendo novamente feita a medicação e a criança liberada mais uma vez. Como a febre não baixava, no período da noite, a criança foi novamente levada à unidade, sendo feita outra medicação.
No sábado (17), quando Hector ainda não havia apresentado melhoras, ele foi levado ao Pronto Socorro e após ser avaliado, o médico de plantão levantou a suspeita de que poderia se tratar de meningite, pedindo sua internação.
Segundo a família,  o médico plantonista chegou a pedir uma segunda avaliação, desta vez de uma médica pediatra. Ele ainda teria levantado a hipótese de transferir a criança para uma unidade especializada no atendimento pediátrico, mas Hector permaneceu internado na Santa Casa de Penápolis até a manhã de domingo, quando recebeu alta médica diante da alegação que seu problema estaria relacionado a um dente que estaria nascendo e causando a febre.
Ainda segundo a família, o exame de meningite que havia sido pedido por conta da suspeita da doença, não foi feito.
Já por volta das 14h00 de domingo, e apresentando quadros de convulsões, a criança foi novamente levada ao Pronto Socorro, onde passou por mais uma avaliação médica. Sua transferência para hospital de Araçatuba foi autorizada no início da noite, após o agravamento de seu estado de saúde. A família alega ainda que neste período o Hector sofreu outras crises convulsivas.
Com batimentos cardíacos bastante fracos, ele chegou a ser colocado em uma ambulância para ser transferido para Araçatuba, mas não resistiu vindo a óbito antes mesmo de sair da cidade, segundo explicou sua tia. 
Para a família, houve falha no atendimento à criança. “O caso dele foi sendo tratado como outros problemas, medicando e mandando para casa. Se os exames tivessem sido feitos de forma correta talvez não teríamos passado por toda esta dor”, comentou a tia.
 “Estamos todos abalados com esta situação. Nosso sentimento é o de impotência, porque, por mais que cobrássemos ações, não conseguíamos fazer mais nada”, afirmou. Ela revelou ainda que a família pretende entrar com uma ação na Justiça, pedindo que o caso seja apurado e os responsáveis punidos. Sabemos que nada disso o trará de volta, mas queremos justiça”, destacou Nathaly.

Câmara
Na Câmara Municipal, o assunto foi bastante debatido pelos vereadores, que também cobraram ações para apurar as responsabilidades sobre o caso. O discurso na tribuna que mais chamou a atenção foi a do vereador Júlio Caetano (PSD), que chegou a usar a palavra “assassinato” para se manifestar sobre o caso. “Essa criança foi assassinada, eu falei na semana passada, alertei que o Pronto Socorro não tem pediatra, onde atende mais de 1,5 mil crianças por mês não precisa de pediatra?”, questionou o vereador.
O vereador ainda ressaltou a importância da Câmara abrir uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para que o caso seja investigado também pelos parlamentares. “Falaram que será instaurada sindicância para apurar isso, mas nós também temos que apurar, nós também precisamos saber como ocorreu. Se eles fazem uma sindicância, tudo o que eles colocarem lá será aprovado, por isso, nós também temos que correr atrás”, enfatizou. 
A CEI também foi apoiada por outros vereadores e deve ser instaurada nos próximos dias. 

Saúde
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Penápolis lamentou o ocorrido e prestou suas condolências aos familiares e amigos.
A Secretaria afirmou que todas as vezes que a criança deu entrada no Pronto Socorro foi atendida pelo médico plantonista, entretanto, não confirmou se existem médicos pediatras prestando serviços hoje na unidade, que passa por co-gestão de Organização Social.
Foi informado ainda que o Pronto Socorro realizou todos os exames solicitados pelos médicos que atenderam a criança, entre estes exames estavam os laboratoriais e de imagem.
A nota enviada diz ainda que, tanto o atendimento prestado, como a causa da morte, estão sendo apurados. “Foi aberta uma sindicância e um inquérito civil para apurar as circunstâncias do óbito e as eventuais responsabilidades. A Santa Casa de Misericórdia de Penápolis, onde o paciente faleceu, requisitou laudo do IML (Instituto Médico Legal) para apontar a causa da morte”, finalizou a nota da Secretaria de Saúde.

(Rafael Machi)

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