Avanhandava: Sueli denuncia esquema montado pelo ex-prefeito

A Prefeita Municipal de Avanhandava Sueli Navarro Jorge, juntamente com seu marido Ricardo Jorge, denunciaram ontem pela manhã, em entrevista coletiva para a imprensa no seu gabinete, o esquema que o ex-prefeito Gino Corbucci Filho, teria feito para que a mesma fosse cassada. No dia 21 de novembro de 2008, o juiz da 289º Zona Eleitoral da Comarca de Penápolis, Marcelo de Freitas Brito, acatou parecer da Procuradora Regional Eleitoral e pediu a cassação do registro de candidatura de Sueli, bem como imposição de multa. A representação foi feita pela coligação “Melhor Caminho”, que engloba os partidos PR, DEM e PSL, onde alegam que a prefeita, juntamente com seu marido, efetuaram a doação de uma motocicleta Honda CG 125, ano 1982, placas BHZ 7852, para um eleitor de Avanhandava com o objetivo de obter seu voto, de seus familiares e amigos. Sueli aguarda ainda decisão do TER-SP. Na época, escutas telefônicas foram feitas, onde na visão de Ricardo Jorge, condenam a montagem da gravação. “No ato em que o conhecido Zezinho Leite resolveu falar o que sabia, procurou o Juiz, sendo ordenado a fazer uma declaração pública em cartório para que fosse implementado no processo”, comenta. Em sua declaração, Zezinho deixou claro que estava presente no dia da gravação que teria sido feita na casa de Gino, juntamente com as irmãs e com o próprio ex-prefeito para o marido de Sueli, sendo mantido em sigilo. “Ao falar que uma das declarações foi feita na casa de Gino, já contrariou o depoimento que foi feito em juízo pela pessoa chamada Aline Pereira de Souza, no qual antes teria alegado que fez a gravação em sua casa”, destaca. Aline informou que teria participado deste esquema visto que o ex-prefeito Gino teria prometido dar a casa onde a mesma mora, mais um emprego na Prefeitura no valor de R$ 1,5 mil para ela e suas três irmãs, caso fosse reeleito. A perícia analisou as gravações e concluiu que durante as conversas feitas entre Aline, Ricardo e Sueli, houve cortes e manipulações das falas, inferindo a existência de fraude.

Esquema
Após Sueli conseguir uma liminar para ser diplomada e empossada no dia 18 de dezembro do ano passado, foram levantados alguns arquivos da promoção social, onde havia um contrato datado no dia 14 de novembro de 2008, no qual o ex-prefeito Gino estaria fazendo uma doação do terreno do imóvel em que a autora da gravação reside, localizado na rua Emílio Vidal Trigo, 91, Vale dos Signos. O contrato foi questionado dentro dos órgãos municipais, sendo declarado pela assistente social que o mesmo não havia sido feito na própria secretaria e sim feito no paço municipal, sendo a assistente convocada para assinar o mesmo. “Quando é feito um contrato como este, as duas assistentes sociais devem assinar como testemunha, sendo que a segunda não foi informada”, enfatiza Ricardo. No contrato firmado, a pessoa que foi contemplada poderia construir uma casa de no mínimo 25 mil metros quadrados, sendo que já existia uma residência construída no lote.

Falecimento
Ao fazer buscas no programa em que são feitas estas doações na administração do ex-prefeito Wilson Roberto Arruda, em 1995, ficou constatado que inicialmente este lote doado por Gino, pertencia a Alessandra Gouveia, contrato este feito dentro dos moldes do Departamento de Promoção Social. “O que chamou nossa atenção foi que em 14 de novembro do ano passado foi feito um outro contrato igual dando este mesmo lote para Aline”, admite. Ao efetuarem pesquisas nos arquivos da secretaria, datado do dia 29 de junho de 2007, foi descoberto um pedido dirigido ao ex-prefeito Gino, onde Alessandra requer a transferência do lote para Aline, alegando não ter condições de terminar de construir o imóvel. “Nota-se que onde foi colocado o número do RG e o CPF da beneficiada, foi feito com outra cor de tinta e letra”, destaca. Na mesma data, uma outra declaração teria sido feita, na qual Aline informa que residia neste imóvel há mais de dois anos, surgindo uma grande dúvida perante todos, fazendo com que fossem atrás de Alessandra Gouvêa para esclarecimento, foi quando tivemos uma grande surpresa. “Fomos informados que Alessandra Gouvêa foi assassinada no dia 03 de abril de 1997, sendo lavrado no dia 14 seu atestado de óbito”, recorda Ricardo, que após descobrirem isso, foram até a Polícia requerer uma cópia do boletim de ocorrência registrado na época, comprovando que Alessandra teria sido assassinada com 17 facadas, comprovando o crime de falsificação de assinatura. Os documentos foram encaminhados até o Promotor de Justiça, que indignado, mandou que se abrisse imediatamente um inquérito policial. Dentro do processo, existe uma anotação do setor jurídico, logo após o falecimento de Alessandra, sendo repassado o lote para seu filho Maicon Nogueira Vasconselos, que residia com seu pai. Outro esquema denunciado pela prefeita foi que em 05 de agosto, o ex-prefeito Gino teria feito um contrato com um advogado constituído da sua coligação, para que o profissional fizesse a denúncia contra Sueli, além de elaborar um código de postura que seria aprovado pela Câmara de Vereadores. O advogado, que pertence à empresa Antunes Consultoria e Assessoria Ltda, tinha o prazo de 30 dias para efetuar o serviço, e após a execução, receberia os honorários. Antes mesmo de ser concluído o trabalho, foi emitida uma nota no dia 07, cujo valor foi pago pela prefeitura no valor de R$ 7.200,00.

Transação
Durante a entrevista, a prefeita Sueli e seu marido Ricardo Jorge comentaram que durante a campanha eleitoral, contrataram os pais de Aline para trabalharem na campanha, sendo pago o valor de R$ 1.000,00. “Nunca eu precisaria comprar votos, pois em todas as pesquisas tinha 68% dos votos da população”, diz Sueli. A prefeita esclarece que seu marido apenas ajudou na transação da compra do veículo, pois o casal morava em um sítio distante seis quilômetros da cidade. “Esperamos que a justiça seja feita, pois nossa meta é proporcionar um governo sério e justo para toda população”, finalizou Sueli. (IA)

Foto: A prefeita Sueli e seu marido Ricardo Jorge concederam entrevista coletiva para a imprensa em seu gabinete