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CARTA DO LEITOR

04/02/2024

Reminiscência

Tempo, oh tempo.
Quantas recordações me trazes repletas de saudade.
Da criança descalça a andar
descontraída pela cidade.
Das ruas quase desertas
cobertas de cascalho.

Da vida simples, sem atropelos.
Das charretes cruzando ruas, das jardineiras levando gente.
Do trem apitando imponente ao chegar à estação apinhada de gente.
Do comércio tranquilo, de lojas atraentes.
Da Igreja Matriz a badalar as horas rompendo o silêncio.
De memoráveis desfiles escolares ao som de tambores e caixas de guerra.
Das calçadas repletas de famílias perfiladas ao longo do trajeto,
indo da Matriz ao palanque das autoridades.
De crianças cruzando a rua displicentes.
Do som retumbante das fanfarras e da marcha sincronizada do Tiro de Guerra.

As brincadeiras dançantes ao som de gravadores e discos surrados.
Os flertes amorosos e os beijos roubados.
Os bailes saudosos do Corinthians e Penapolense,
onde famosas orquestras animavam o ambiente.
Onde jovens enamorados 
rodopiavam apaixonadamente.

Final de semana,a noite sempre esperada tinha footing na calçada.
Cine São Benedito, Banca do Mané, Padaria Vitória até Farmácia Montrezol.
O trecho ficava todo tomado.
Garotas de mãos dadas iam e vinham graciosamente.
E os jovens, perfilados ao longo da sarjeta, com trejeitos de alegria, sorriam e piscavam em busca de conquistas.

Telefone era coisa rara,
poucos tinham o privilégio.
Para os mais pobres tinha uma solução.
Defronte à Igreja Metodista, uma central telefônica comandada por Joana e sua irmã, manejando inúmeros pinos num complicado aparelho.
Ligação completada, a cabine um, a dois ou a três informava ter chegado sua vez.
Assim era a comunicação.

Hoje tudo é mais fácil,
mais moderno e confortável.
Viemos de um tempo muito simples para um presente descomplicado.
Onde temos tudo ao nosso alcance, sem as amarras do passado.
Porém, da calmaria das ruas tão distantes,vivemos um drama inesperado.
O comércio é intenso e o trânsito complicado.
Acabou-se o romantismo e tudo está mudado.

Resta-nos, no entanto, um direito consagrado;
o de saber que tudo passa em nossas vidas;
menos o que foi por nós conquistado.
Assim foi nossa cidade.
Assim foi nosso passado.

por Areonth De Assumpção Rosa, Penápolis/SP

Areonth De Assumpção Rosa, Penápolis/SP, por e-mail

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