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ARTIGOS
15/05/2010
13 de Maio é o Dia da Mentira!
Walter Miranda
LEI 3.353, de 13 de maio de 1888
A Princesa Imperial Regente, em nome da sua majestade, o Imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1º- É declarada extinta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brazil.
Art. 2º- Revogam-se as disposições em contrário.
Princesa Imperial Regente
No dia 13 esperava que algum integrante da Comunidade Negra penapolense tivesse escrito artigo refletindo sobre o denominado “Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo”. Como ninguém escreveu, embora com atraso, penso ser importante refletir sobre o que significa o oficialmente “Dia da Abolição da Escravatura”, para mim o dia da mentira.
Nesses 122 anos os afro-brasileiros ainda lutam por políticas de ações afirmativas, e de reparação, pelo Estado, das seqüelas deixadas pelos anos de submissão à forma mais desumana de exploração do homem pelo homem, que é a escravidão. Ficamos “livres do açoite da Senzala, mas permanecemos presos na miséria da favela”, como diz o poeta no samba de enredo da Mangueira, campeã do carnaval de 1988. A princesa não garantiu na denominada lei áurea, emprego e moradia digna e as propriedades das terras onde se localizavam os Quilombos.
A escravidão, principio que define a propriedade de um ser humano pelo outro, não é cristã. A prática era normal entre os hebreus, gregos e romanos. A Bíblia nos revela, em diversas passagens, a exploração de seres humanos nas condições de escravos, então denominados servos. Na epístola de Paulo a Filemom, senhor do escravo Onésimo, o mesmo pediu perdão pelo fato do mesmo ter se apropriado do dinheiro do seu senhor e fugido. Filemom perdoou, mas Onésimo permaneceu escravo.
Conta a história oficial brasileira, escrita pela elite dominante, que Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orleans e Bragança, conhecida como Princesa Isabel, “preocupada com a forma desumana de exploração capitalista de seres afro-descendentes como escravos, os libertou da escravidão”. A partir daí foi propagada como “a mãe dos pretos”.
Apesar da eleição de Barack Obama para presidente do país mais rico do mundo, a maioria absoluta dos meus irmãos negros no Brasil e no planeta Terra ainda não conquistaram a liberdade social e econômica. Jesus Cristo disse que “veio ao mundo para que todos tenham vida em abundância” (João 10:10). No entanto, infelizmente, boa parte dos negros no mundo sofrem preconceitos e vivem em condições sub-humanas.
Adoro ler o que o Edison João Geraissate escreve. O respeito por ser o último da safra dos antigos prefeitos, graças a Deus vivo e com saúde. Já disse ao Edison para escrever sempre e pensar em editar um livro revelando fatos históricos sobre o seu cotidiano como prefeito. No dia 12 ele escreveu artigo contando parte da história da Praça da Igreja Aparecida. A santa da Igreja Católica é identificada como negra.
Na Vila Aparecida moravam, e ainda moram, boa parte dos integrantes da Comunidade Negra Penapolense, cidadãos cujos familiares não tem seus nomes nos próprios públicos e, portanto, não estão no livro escrito pelo capitão e historiador Adolpho Avoglio Hecht. São oficialmente discriminados. Falei sobre isso com o jovem vereador Caíque, que admiro pela inteligência e educação, logicamente herdada da sua avó, minha querida professora Emilia Aniceto Rossi.
Penso que os seres humanos não foram criados por Deus para serem escravos. Acredito que um dia, depois de muitas provações e sofrimentos, as criaturas e filhos de Deus não serão mais coniventes com a exploração capitalista, que acumula tesouros neste planeta Terra e leva milhões à miséria.
(*) Walter Miranda, diretor de Políticas Sociais e Relações Intersindicais do Sindifisco Nacional-Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil-Delegacia de Araraquara
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